Cinquenta anos separam essas duas fotos...
A primeira, na adolescência, a da direita, concluindo a “segunda adolescência”.
Enquanto a primeira se alongou até a proximidade da idade adulta jovem, a segunda está se configurando como a fase de transição e transformações, que nos levam à velhice, propriamente dita.
De lá para cá, tantos conceitos mudaram, principalmente a percepção do que é envelhecer.
Em 1967, quando Paul MCartney cantava “when I am sixty four”, a expectativa de vida, no Brasil, era de 52 anos. Atualmente, é de 77. São 25 anos a mais! Ele escreveu a canção aos 14 anos, em 1956, com a perspectiva do que seria a vida nesta idade.
Hoje, chego aos 64! Aos 14, também tinha outra visão sobre esta idade. E, se você prestar atenção nas fotos, vai ver que o que permanece daquela menina é o olhar, a curiosidade, o desejo de aprender, conhecer mais coisas... viver!
Estudo envelhecimento e trabalho nesta área, há 40 anos. Agora, vivenciando a experiência desafiadora e fascinante do envelhecer. É como se as teorias dos livros chegassem à prática, em sua concretude. Sem situações imaginárias. Isso é forte e potente. E me dá o desejo de, com toda segurança, atuar mais fortemente para a promoção da longevidade saudável.
Quero desmistificar muitos dos preconceitos e desinformações sobre este processo natural da vida, com potencial para ser uma fase positiva e prazerosa. E ajudar as pessoas a terem uma vida plena, com qualidade, em todas as fases.
Will you still feed me,
Will you still need me,
When I'm sixty-four?*
E, sim, espero que ainda possa ser útil e alimente um pouco mais os outros...
A vida segue viva. E que eu, viva, com ela.
*Você ainda vai precisar de mim,
Você ainda vai me alimentar,
Quando eu tiver 64?